domingo, 31 de julho de 2016

"Aos seis assenta, aos sete adenta, ao ano andante."

Ao longo de décadas, a sabedoria popular foi-nos mostrando os "prazos" esperados de um bebé. Espera-se que se sente aos 6 meses, que se ponha em pé aos 9, que ande sozinho aos 12 e que forme frases aos 2 anos. No entanto, desafiando um pouco esta espécie de tabela milenar, existe a célebre ideia de que "cada criança tem o seu ritmo". Mas como conseguimos distinguir entre o ritmo de cada criança, o exagero materno ou ainda a existência de um problema real? Infelizmente, não há uma tabela que possamos consultar para isso. E se juntarmos o facto de se ser mãe de primeira viagem, as coisas complicam. E, por favor, não vamos esquecer que todos em redor têm uma opinião. O problema é que são sempre contraditórias. Vão desde as velhas discussões "o menino já bebe água? Já devia beber água!" à "ainda não anda? Tem tempo, depois não vai parar". Onde ficamos nós? Soterradas debaixo dos comentários alheios e dos próprios medos e expectativas. Estarei a exagerar? Talvez seja melhor esperar. Mas esperar até quando? Quando é o momento certo para "panicar"?

Agora, olho para trás e vejo sinais. Muitos sinais. Praticamente não falar aos 3 anos, andar em bicos dos pés durante muito tempo, um desfralde difícil (bota difícil nisso), entre muitos outros. Os mais rápidos no gatilho do julgamento estarão a perguntar-se "então e não fizeste nada?". Fiz o que pude com o que tinha e sabia na altura. A culpa de "panicar" tão tarde, independentemente da dificuldade em ter ajuda quando o fiz, andará sempre comigo. Já me acusaram de ser ponderada demais. Talvez, mas haverá certamente defeitos piores.


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