quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Baterias: cada um recarrega à sua maneira

Quem me conhece sabe que não sou propriamente tímida (embora não me dê logo a conhecer, longe disso), está habituado a ver-me a falar para salas cheias de gente, a ser simpática, espalhando sorrisos e participando em conversas. Mas a verdade é que sou uma introvertida. Não sou anti-social, mas sei que preciso de momentos a sós comigo. Se há coisa de que sinto falta, desde que fui mãe, é disso. São poucas as ocasiões em que, a não ser para ir trabalhar, consigo estar sem os miúdos. Mas quando o consigo, onde está escrito que tenho de ir jantar fora ou ir a uma discoteca ou ir ao cinema? Sim, de vez em quando apetece fazer essas coisas, mas qual é o mal de querer estar em sossego? Por que não querer ouvir o silêncio, que é algo tão raro quando se tem filhos, a não ser que estejam a dormir, e mesmo assim a qualquer momento isso pode mudar? Por que não ouvir música de olhos fechados, estar só com os seus pensamentos e reflexões, escrever? É certo que um café com amigas, uma aula de zumba tudo isso é revitalizante, mas nada me recarrega mais baterias que estar comigo. Mesmo quando estou com eles, se conseguir 5 ou 10 minutos de paz só para me equilibrar antes de continuar o caminho, faz toda a diferença.

Não só os filhos, mas também os alunos e, na verdade, as pessoas em geral sugam-me a energia e é sozinha que reponho os níveis. Poderão chamar-me egoísta ou achar-me demasiado centrada em mim. Tal não corresponde à verdade, sou uma pessoa espiritual que acredita que somos uma parte de um todo e só quando dominamos/estamos em paz e harmonia com a parte, poderemos integrar um todo. Além disso, como podemos nós pôr gasolina se não pararmos o carro?

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